Mundo | 28 de julho de 2015

Dia Mundial da Hepatite

Novo tratamento pelo SUS aumentará as chances de cura
Dia Mundial da Hepatite

O Dia Mundial contra a Hepatite ocorre sempre no dia 28 de julho. A doença é uma epidemia silenciosa que afeta mais de dois milhões de brasileiros, dos quais menos de 5% são tratados. A data serve para chamar a atenção para a patologia, muitas vezes ignorada e, por isso mesmo, tão perigosa.

Os sintomas só aparecem em casos mais graves e, muitas vezes, o diagnóstico ocorre por acaso. A hepatite C afeta 150 milhões de pessoas no mundo, quase cinco vezes o número de portadores de HIV. De uma forma ou de outra, o risco de ser diagnosticado com algum tipo de hepatite está sempre presente.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a pesquisadora Andréia Schunck, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, visitou cem salões de beleza (dos mais simples aos mais chiques) de São Paulo, e encontrou procedimentos inadequados em todos eles. As manicures não lavavam as mãos, não lavavam os equipamentos, usavam nelas mesmas o material que usavam nas clientes. A avaliação encontrou 10% de pessoas infectadas. O vírus B apareceu em 8% da amostra e o vírus C em 2%.

Para a hepatite C ainda não há vacina. Na hepatites B, apenas 5% dos infectados se tornam portadores crônicos, mas na hepatite C são 80%. O vírus B não induz o câncer de fígado, mas causa cirrose, que pode aumentar a incidência de câncer de fígado.

Uma nova terapia aumenta as chances de cura para hepatite C e diminui o tempo de tratamento, e estará disponível no SUS até dezembro do corrente ano. O tratamento (já adotada nos EUA e alguns países europeus) é composto pelos medicamentos daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir. Estima-se que, dessa forma, o Brasil será um dos primeiros países em desenvolvimento a ofertar a terapia no sistema público.

As drogas sofosbuvir, simeprevir e daclatasvir, oferecem 90% de chances de cura e reduzem o tempo de tratamento. Os custos, entretanto, são altos (em média, chega a R$ 300 mil o tratamento completo). Atualmente, são notificados dez mil casos da doença por ano no Brasil. O Ministério da Saúde informa que entre 350 mil e 700 mil pessoas morrem em todo mundo em decorrência da hepatite C.

O atual tratamento leva de 48 a 52 semanas e oferece chances de cura que vão de 40% a 47%. Além disso, não pode ser aplicado caso o paciente tome uma série de outros medicamentos. O novo protocolo, que leva de 12 a 24 semanas, diminui essa interação medicamentosa e tem grandes chances de cura, conforme levantamento do jornal O Globo. Os medicamentos que o Ministério colocará à disposição são avançados. O paradigma de tratamento muda completamente com eles pois as drogas quase não têm efeitos colaterais, enquanto os antigos provocavam anemias graves, febre e mal-estar, entre outros sintomas.

O ministério também lançou, dia 28, a campanha de prevenção a hepatites, para incentivar o diagnóstico e o tratamento.  A campanha tem como alvo jovens adultos, com incentivo à vacinação em três doses. O governo brasileiro também pretende lançar, até o final do ano, um tratamento para a variante B da doença.

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