Mundo | 22 de outubro de 2014

Cura para o diabetes?

Pesquisa descobre como produzir células produtoras de insulina
Cura para o diabetes

Cientistas da Universidade de Harvard podem estar perto de encontrar a cura para o diabetes. A equipe da Universidade desenvolveu um método para produzir enormes quantidades de células produtoras de insulina, um avanço saudado como algo tão significativo quanto o descobrimento dos antibióticos.

O trabalho conseguiu, pela primeira vez, fabricar milhões de células beta, necessárias para o transplante. Esse método pode significar o fim das injeções diárias de insulina para as milhões de pessoas que sofrem com o diabetes tipo 1. O professor chefe da pesquisa, Doug Melton, trabalha há 23 anos na busca pela cura da doença. “Estamos agora apenas a uma etapa pré-clínica de distância da conclusão”, disse Melton em comunicado oficial emitido pela Universidade e publicado na revista Cell. Um estudo semelhante já havia fornecido bons resultados em recente estudo da Universidade de Gladstone (ver aqui).

Células-tronco

A equipe da Harvard utilizou células-tronco embrionárias para produzir células produtoras de insulina humana equivalentes. As células beta derivadas de células-tronco estão atualmente em fase de testes em modelos animais, incluindo primatas não-humanos. Os resultados mostram que as cobaias seguem produzindo insulina depois de vários meses de testes.

Considerando a pesquisa “um dos avanços mais importantes no campo de células-tronco”, a professora Elaine Fuchs, da Universidade Rockefeller (EUA) destacou, em reportagem da revista Cell, que por décadas, pesquisadores têm tentado gerar células beta pancreáticas humanas que poderiam ser cultivadas em condições onde pudessem produzir a insulina.

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que faz o pâncreas parar de produzir insulina – o hormônio que regula os níveis de glicose no sangue. Se a quantidade de glicose no sangue for muito elevada, pode danificar seriamente os órgãos do corpo ao longo do tempo, através de complicações como a cegueira ou perda de membros.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, 382 milhões de pessoas têm a doença e a estimativa é de que, em 2035, sejam 592 milhões. O Brasil é o quarto país do mundo com mais diabéticos (13 milhões de portadores), sendo que cerca de 1 milhão são crianças, conforme a Associação de Diabetes Juvenil. Por volta de 7,8 em cada 100 mil casos atingem pessoas com menos de 20 anos. No ano passado, 124,6 mil brasileiros morreram devido ao diabetes. O Brasil está atrás da China (98,4 milhões de casos), Índia (65,1 milhões) e EUA (24,4 milhões).

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