Estatísticas e Análises, Mundo | 28 de abril de 2015

Crise aumenta o número de depressivos?

Pesquisa mostra que crise recente afetou a saúde de boa parte da população norte-americana
Crise aumenta o número de depressivos

A recente Grande Recessão ocorrida no mundo, mas especialmente nos EUA, foi acompanhada por um aumento significativo de depressão profunda em adultos norte-americanos, de acordo com um estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry.

O estudo é o primeiro a avaliar o impacto da Grande Recessão sobre a saúde mental de toda a população. Pesquisadores da Loyola University Chicago Stritch School of Medicine afirmaram que a prevalência de depressão aumentou de 2,33% entre 2005-2006, para 3,49% em 2009-2010 e 3,79% em 2011-2012. A prevalência de depressão menos grave aumentou de 4,1% em 2005-2006 para 4,79% em 2009-2010, mas depois recuou para 3,68% em 2011-2012.

Os pesquisadores analisaram dados de 24.182 adultos que participaram do levantamento National Health and Nutrition Examination, durante os anos de 2005 a 2012. Os entrevistados eram diagnosticados com ou sem depressão de acordo com um questionário. As perguntas seguiam critérios como humor ou irritabilidade; diminuição do interesse ou prazer na maioria das atividades; sentimentos de inutilidade ou culpa; pensamentos de suicídio; e fadiga ou perda de energia.

O estudo foi uma colaboração entre os pesquisadores do Departamento de Saúde Pública e do Departamento de Psiquiatria e Neurociências Comportamental, ambos da Loyola. A prevalência de depressão (tanto as mais e menos graves) foi maior entre os adultos que viviam em situação de pobreza ou tinham ensino médio incompleto. “A saúde mental dessas populações vulneráveis ​​pode ser mais afetada durante períodos de tempo de dificuldades econômicas, mas é necessária mais investigação”, diz a pesquisa.

Os pesquisadores concluíram que os efeitos negativos da Grande Recessão sobre emprego, segurança habitacional e investimentos em ações contribuíram para o aumento da depressão. No entanto, eles observaram que é possível que outros fatores podem ter desempenhado um papel. “O impacto da crise econômica sobre a prevalência de depressão deve ser considerado na formulação de políticas e programas futuros para promover e manter a saúde da população dos EUA”, ressalta o estudo.

A Grande Recessão começou oficialmente em dezembro de 2007 e durou 18 meses. Mas os seus efeitos, incluindo a alta taxa de desemprego e as execuções hipotecárias (retomada de imóveis) que reduziram a confiança dos consumidores, manteve-se elevada mesmo após o fim da recessão, em junho de 2009.

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