Mundo | 22 de julho de 2015

Aids pode acabar até 2030 segundo a ONU

Caso de francesa ajuda a entender fatores que podem ajudar na erradicação da doença
Aids pode acabar até 2030 segundo a ONU

A epidemia de Aids pode acabar no mundo até 2030, segundo declaração da ONU no dia 21 de julho. A Organização das Nações Unidas destaca o sucesso global em desenvolver medicamentos que salvaram vidas nos últimos 15 anos.

O Unaids, programa do organismo mundial voltado para o combate à doença, informou que as Metas de Desenvolvimento do Milênio, da ONU, para deter e reverter a propagação da AIDS vêm sendo alcançadas.

O objetivo é acabar com a epidemia até 2030, permitindo que todos tenham acesso aos serviços de prevenção, tratamento e apoio. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, divulgou relatório em conferência sobre financiamento na Etiópia, e afirmou que “acabar com a epidemia da Aids como uma ameaça à saúde pública em 2030 é uma meta ambiciosa, mas realista, como mostra a história dos últimos 15 anos”.

Cerca de 15 milhões de pessoas estão recebendo tratamento com antirretrovirais para o HIV/AIDS, um aumento significativo se comparado ao ano 2000, quando eram 700 mil pacientes. Um fator determinante para esse crescimento é a redução dos preços dos medicamentos, que atualmente podem ser comprados por US$ 100 ao ano.

A chave para a mudança, disse ele, foi quebrar o “controle apertado” da indústria farmacêutica sobre as políticas dos governos e os preços dos medicamentos. As mortes relacionadas à AIDS caíram mais de 40% desde 2004, passando a 1,2 milhão por ano. As infecções por HIV também baixaram 35% desde 2001 (sendo 2 milhões por ano em 2014). O investimento de menos de US$ 5 bilhões em 2001 alcançou quase US$ 22 bilhões em 2015.

Remissão 12 anos após tratamento antirretroviral

Na França, uma jovem de 18 anos, infectada pelo vírus da aids (HIV) durante a gravidez de sua mãe, está em remissão 12 anos após parar de se submeter ao tratamento antirretroviral. Trata-se de um caso inédito no mundo. “uma remissão prolongada após um tratamento precoce pode ser obtido numa criança infectada pelo HIV desde o nascimento”, apontou a pesquisa apresentada pelo médico Asier Saez-Cirion, do Instituto Pasteur de Paris, durante a 8ª Conferência sobre a Patogênese do HIV, no Canadá. A mulher não é considerada curada, mas está em ótimo estado de saúde. “Podemos detectar o HIV nas células, mas não detectamos a replicação viral no plasma”, explicou o cientista.

A francesa não apresenta os fatores genéticos associados ao controle natural da infecção, o que é observado num raro grupo de pacientes. Segundo o relatório, “é provável que ela esteja em remissão virológica há tanto tempo porque ela recebeu uma combinação de antirretrovirais logo após ter sido infectada”.

Saez-Cirion considera que os resultados oferecem uma direção para futuras pesquisas. O caso “mostra que a remissão é possível, mas rara. Precisamos entender por que não é comum, e quais mecanismos estão (envolvidos) para que possamos tratar uma população maior”.

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