Criar melhoria contínua possui muitas vertentes, como capacitação, criação de um ambiente em que as equipes possam identificar e participar ativamente das melhorias necessárias na instituição, entre outras. Em um artigo com vídeo publicado no site Institute for Healthcare Improvement (IHI), o médico David Munch, ex-Vice-Presidente e Diretor Clínico da Healthcare Performance Partners, argumenta em favor de um melhor suporte para gestores de nível médio. Segundo ele, esses profissionais lideram os esforços de melhoria nas instituições, mas ainda detém mitos sobre a melhoria contínua.

Especialista no assunto, Dr. Munch ministra aulas no IHI, dando dicas e recomendações através de programas sobre melhoria contínua para gestores. “Trabalho com muitas organizações em que prosseguem os esforços para melhoria contínua e segurança do paciente. Começo a ver o que está funcionando e quais são os desafios. Em quase todo lugar que vou, vejo organizações falhando no desenvolvimento adequado de gestores de nível médio”, destaca.

Conheça os cinco mitos, apontados por Dr. Munch, sobre a construção da melhoria contínua.

1 – Construir a melhoria contínua se resume em aprender uma metodologia de melhoria

Embora seja importante aprender a usar ferramentas e métodos comprovados para a qualificação, a construção da melhoria contínua não está relacionado apenas em metodologias. Significa, também, a criação de um ambiente no qual os funcionários da linha de frente possam identificar e participar das melhorias necessárias. É o papel da gestão e dos executivos criar este ambiente. Isso exige:

– Fazer da melhoria contínua uma prioridade;

– Entender as necessidades de desenvolvimento da equipe;

– Fornecer suporte e treinamento.

2 – Um Setor de Qualidade sólido é tudo o que uma instituição precisa para fazer melhorias

É extremamente importante para a construção da melhoria contínua em toda a organização. Enquanto a capacidade de melhoria reside em apenas um departamento de qualidade, ou com poucas pessoas, a instituição nunca terá retorno suficiente para chegar à excelência. É preciso espalhar essa capacidade, de modo que toda a organização se envolva e tenha engajamento, seguindo a ideia de “todos ensinam, todos aprendem”.

3 – Construir a melhoria contínua é muito caro

É um equívoco dizer que processos de melhoria são caros. Se a instituição buscar a construção da melhoria contínua de forma eficaz, acaba por economizar tempo e reduzir desperdício. Quando o estabelecimento não fizer algo certo da primeira vez, será necessário gastar recursos, energia e esforço para corrigi-lo. As falhas servem de aprendizado para se elaborar processos que evitem a repetição de problemas, o que também previne defeitos e retrabalho. Em seguida, é importante fornecer as informações em sistemas de gestão para sustentar os processos de melhoria.

4 – O Setor de Qualidade deve ser o grande responsável

Deve ser da responsabilidade de todos os setores hospitalares a busca pelo aperfeiçoamento. Isso inclui o supervisor, o gerente, o vice-presidente, e demais executivos. A melhoria pode ser projetada, incentivada e facilitada por um departamento de qualidade, mas não terá efeito se não se tornar uma responsabilidade também dos demais setores. Se um problema ocorre nas linhas de frente de atendimento, os funcionários desse setor e seus supervisores estão em melhor posição para identificar essas questões e determinar potenciais melhorias.

5 – Os executivos têm o papel mais importante na criação da melhoria contínua

Executivos e funcionários são obviamente essenciais para a melhoria contínua. No entanto, gestores de nível médio têm um papel único a desempenhar nas organizações. É uma função importante dentro do sistema porque trabalha nas unidades, portanto, é o melhor lugar para observar problemas e ajudar a determinar as necessidades. O seu papel é extremamente importante devido à presença perto dos pontos de atendimento.

Os líderes precisam trabalhar com os gestores para redistribuir algumas de suas atribuições, pois a grande maioria possui um dia a dia extremamente movimentado dentro dos hospitais. Colocar a responsabilidade pela melhoria em seus ombros, sem aliviá-los de algum outro trabalho, não será bem sucedido.

É necessário oferecer apoio aos gerentes de nível médio para que possam desenvolver o seu papel na melhoria. A liderança é orquestrar as mudanças que têm que ocorrer para a sua organização, visando atender a sua missão da melhor maneira possível. Para fazer isso, os executivos de saúde precisam desenvolver e apoiar gerentes de nível médio como um dos aspectos mais importantes de seu papel na liderança.